sexta-feira, 6 de junho de 2008

Incorporação


MODELOS SIMBÓLICOS

Este artigo já apresentou a definição da incorporação, os corpos existentes e suas interações e a definição geral de mediunidade. Tudo isso para introduzir conceitos que daqui para frente serão necessários para melhor compreensão dos mecanismos envolvidos na incorporação.

Serão apresentados quatro modelos que tentam explicar, por comparação simbólica o fenômeno da incorporação e para efeito didático, não será abordado neste momento o grau de consciência que existe no médium.

Estes modelos são meras hipóteses que procuram explorar qual seria a complexidade existente nos mecanismos da mediunidade de incorporação.

Em seguida, será discutido qual ou quais dos modelos melhor se adequariam ao processo de incorporação.

O fantoche
A marionete
A luva
O ventríloco

8.1.1. Incorporação

MODELO O FANTOCHE

Este modelo simboliza a interação entre a (a) entidade manifestante, (b) o médium, (c) seus corpos e (d) as energias manipuladas.

(a) A entidade seria representada pelas mãos humanas da figura ao lado, simbolicamente na parte superior (maior elevação espiritual). Ela é quem faz o fantoche (o corpo do médium) movimentar-se de acordo com sua vontade, inteligência e capacidade.

(b) O médium fica à mercê da vontade da entidade, obedecendo-a mecanicamente.

(c) Os corpos do médium são representados pelo fantoche e sua sombra. O fantoche é o corpo físico e a sombra seria o perispírito afastado.

(d) As energias seriam os fios que unem os chacras da entidade e os corpos do médium. Essas energias fariam contato entre entidade e os chacras, plexos e órgãos do médium.

8.1.2. Incorporação

MODELO A MARIONETE

Este modelo simboliza a interação bem mais próxima entre (a) a entidade manifestante, (b) o médium, (c) seus corpos e (d) as energias manipuladas.

(a) A entidade seria representada pela mão humana da figura ao lado, ela é quem faz a marionete (o corpo do médium) movimentar-se de acordo com sua vontade, inteligência e capacidade, para tanto, ela "entra" com o seu corpo espiritual, no corpo físico do médium.

(b) O médium fica à mercê da vontade da entidade, obedecendo-a mecanicamente

(c) Os corpos do médium são representados pela marionete. A marionete é o corpo físico e a parte cinza seria o perispírito.

(d) As energias estariam no ponto de contato entre a mão (entidade) e os corpos do médium.

8.1.3. Incorporação

MODELO A LUVA

Este modelo simboliza a interação bem mais próxima entre a (a) entidade manifestante, (c) o corpo físico do médium e (d) as energias manipuladas.

(a) A entidade seria representada pela mão humana da figura ao lado que ocupa o interior da luva, ela é quem faz a luva (o corpo do médium) movimentar-se de acordo com sua vontade, inteligência e capacidade, para tanto, ela "entra" com o seu corpo espiritual, no corpo físico do médium. A mão seria a inteligência e a luvas o meio pelo qual a mão se manifesta.

(b) O médium fica à mercê da vontade da entidade, obedecendo-a mecanicamente

(c) O corpo físico do médium é representado pela luva que se molda à vontade do espírito manifestante.

(d) As energias seriam manipuladas no espaço existente entre a mão e a luva, ou seja, haveria uma interação energética muito próxima entre espírito comunicante e corpo físico do médium.

8.1.4. Incorporação

MODELO O VENTRÍLOCO

Este modelo simboliza a interação próxima entre a (a) entidade manifestante, (b) o médium, (c) seus corpos e (d) as energias manipuladas.

(a) A entidade seria representada pelo ventríloco que se coloca logo atrás ao corpo físico. Ela colocaria uma de suas mãos (simbolizando certo controle motor) por dentro do corpo físico, exercendo sobre ele, sua vontade.

(b) O médium fica à mercê da vontade da entidade, obedecendo-a mecanicamente

(c) O corpo físico do médium é representado pelo boneco que recebe comandos motores, se movimentando de acordo com a vontade do espírito atuante.

(d) As energias estariam transitando entre o ventríloco (espírito) e o boneco (corpo físico).

8.2. Incorporação

ANALISANDO CADA MODELO

A partir dos modelos hipotéticos apresentados, em que cada um propõe, por meio de simbologia comparativa, explicar o fenômeno da incorporação, este artigo pretende abordar cada modelo determinando pontos favoráveis e desfavoráveis de cada um deles

8.2.1. Incorporação

ANALISANDO CADA MODELO
O fantoche

Este modelo tem como ponto favorável o fato de explicar tanto o fenômeno mediúnico da incorporação (espírito desencarnado manifestado num corpo físico) quanto o outro fenômeno mediúnico denominado de Transe (Orixá manifestando suas características através do uso de um corpo físico) – este fenômeno será abordado em outro tópico, como apêndice, neste artigo para efeito de diferenciação entre incorporação e transe.

Neste modelo não há a "entrada" do espírito no corpo físico do médium, há apenas o uso à distância do corpo físico através da manipulação e ligação energética de duas personalidades (entidade e médium) por meio dos chacras, plexos e órgãos.

Por outro lado, essa distância existente propicia possíveis problemas de comunicação e controle por parte da entidade manifestante, que teria dificuldades em dominar toda a complexidade do fenômeno. Sendo assim, a participação do médium seria fundamental, apesar de afastado ligeiramente, teria ainda certo controle sobre seu corpo físico.

Não havendo a entrada da entidade, não haveria problema para explicar o fato que um corpo físico foi feito apenas para um espírito encarnante. Entretanto, o fenômeno seria equivocadamente chamado de incorporação, já que de fato não existe a incorporação física ou entrada no corpo físico pela entidade.

8.2.2. Incorporação

ANALISANDO CADA MODELO
A marionete

Este modelo tem como ponto principal o fato de mostrar que o espírito manifestante "entra" no corpo físico do médium enquanto que este está afastado. Também demonstra, neste modelo, que as feições faciais e os movimentos motores do corpo físico, passam a ser da entidade.

Como ponto desfavorável, este modelo não consegue explicar que o que acontece entre os momentos de afastamento do médium (e sua posterior perda de controle motor) e a aproximação da entidade (e seu posterior domínio sobre os controles motores do corpo físico "emprestado" ).

Tal instante (ou gap) poderia levar à queda do corpo físico ao chão. Também, como fator desfavorável, este modelo contrapõe-se em relação de que um corpo físico só pode ser habitado pelo espírito "dono" e mais ninguém.

8.2.3. Incorporação

ANALISANDO CADA MODELO
A luva

Este modelo tem como característica mostrar que o espírito manifestante "entra" no corpo físico do médium enquanto que este está afastado. Também demonstra, neste modelo, que as feições faciais e os movimentos motores do corpo físico, passam a ser da entidade, significando que o controle é maior do que no modelo Fantoche.

Como ponto desfavorável, este modelo não consegue explicar que o que acontece entre os momentos de afastamento do médium (e sua posterior perda de controle motor) e a aproximação da entidade (e seu posterior domínio sobre os controles motores do corpo físico "emprestado" ).

Tal instante (ou gap) poderia levar à queda do corpo físico ao chão. Também, como fator desfavorável, este modelo contrapõe-se em relação de que um corpo físico só pode ser habitado pelo espírito "dono" e mais ninguém.

8.2.4. Incorporação

ANALISANDO CADA MODELO
O ventríloco

Assim como o modelo Fantoche, este modelo tem como característica demostrar que o espírito manifestante não "entra" no corpo físico do médium enquanto existe a incorporação. Ele atua através da ligação chacra-chacra (espírito e médium) dominando de modo imparcial o controle motor do corpo físico. O modelo também sugere que a transmissão do pensamento da entidade através do aparelho fonético do corpo físico do médium é feita como se a entidade estivesse "ditando" as palavras para a mente do médium e este transmitiria isso pela fala, caracterizando que mais de uma modalidade mediúnica estaria presente durante a incorporação: a irradiação intuitiva.

Como ponto desfavorável, este modelo demonstra que a entidade teria controle parcial sobre o corpo físico do médium e nem mesmo as expressões faciais estariam fielmente representando a vontade da entidade.

8.3. Incorporação

CONCLUSÕES PARCIAIS

Pôde-se observar que os modelos hipotéticos não explicam totalmente o fenômeno da incorporação, uma vez que o elemento "grau de consciência mediúnica" não foi considerado neste momento, para efeito de compreensão. Também, esses modelos servem apenas para uma comparação simplista de um processo bem mais complexo que é a incorporação.

Se alguns modelos estiverem mais próximos da realidade que os outros, isso vai depender do nível de interação entidade-médium. Se os modelos Fantoche e Ventríloco forem os mais realistas, pode-se afirmar que não existe a incorporação (entrada do corpo epiritual da entidade no corpo físico do médium), entretanto, como se explicaria as mudanças comportamentais e físicas no corpo físico do médium?

Para responder a esta pergunta, a partir de agora será abordado o tema "grau de consciência mediúnica".

9. Grau de Consciência Mediúnica

Grau de consciência mediúnica, como definição, é a medição da capacidade do médium sentir, presenciar e participar, de modo consciente (ter ciência de que algo ocorre), de um processo mediúnico e isso depende de inúmeros fatores.

Esta medição tem a seguinte macro-escala:

• Consciência Total

• Semi-consciência ou Consciência Parcial ou Semi-inconsciê ncia

• Inconsciência Total
Nesta macro-escala de consciência, há variantes que determinam estágios intermediários entre um e outro grau, isto é, existem processos de incorporações situados em um ou outro grau de consciência dependendo de diversos fatores influenciadores sobre o fenômeno mediúnico. Estes fatores serão abordados adiante.

Pode-se perceber que não existe uma linha divisória exata entre os três principais graus de consciência, mas sim há interpolação ou interação entre um e outro grau de consciência (zona de interação).

O dado sobre o percentual apresentado, na figura, foi colhido através da observação do fenômeno sobre o próprio autor e sobre outros médiuns, através da pesquisa de campo ao longo dos anos e de informações colhidas em livros que se dedicaram, de modo sério e metódico, ao assunto.

Percebe-se, portanto, que a maioria das manifestações mediúnicas da incorporação está situada próxima a um grau maior de consciência. Esta afirmação não quer dizer o mesmo que há mais médiuns conscientes do que inconscientes, quer dizer sim que a maioria dos médiuns tem mais incorporações próximas da consciência total do que das inconscientes.

De 85 a 95% de todas as incorporações que ocorrem há certo grau de consciência envolvida, isto é, o médium neste momento está interagindo nas incorporações.

Com isso o artigo quer afirmar que não é o médium que detém o grau de consciência, mas quem detém ou determina isso é o complexo conjunto de fatores envolvidos no fenômeno da incorporação (médium, energias, ambiente, entidade).

Retirado do site: TUCT - TEMPLO DE UMBANDA CABOCLO TUP

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