terça-feira, 3 de junho de 2008

Mediunidade e Animismo

Trechos do livro: Mediunidade e Animismo - Um diálogo entre o médium e o espírito - Odilon Fernandes/Carlos Baccelli.
1) Que relação poderia ser estabelecida entre animismo e mediunidade? Seriam porventura, fenômenos completamente antagônicos?
- No que tange, principalmente, à mediunidade de efeitos intelectuais, não existe mediunidade em animismo, e isto porque, na produção do fenômeno, a participação do médium é imprescindível. Mediunidade, a nosso ver, se evidencia a cada vez mais como sendo um processo de parceira. A semente seria incapaz de germinar sem os ingredientes da terra.
2) Seria lícito dizer que a mediunidade procede do animismo?
- O médium não é um instrumento inteiramente passivo. Se mediunidade é sintonia, sem o concurso do médium o intercâmbio torna-se inviável – concurso físico, intelectual e moral. Quanto mais o médium se habilita para o espírito, mais o espírito se habilita para o médium, menores os obstáculos que entre ambos se interpõem no momento do transe.
3) Por que o médium deve estudar?
- Para ser um coadjuvante à altura ou mesmo suprir possíveis deficiências do espírito comunicante. Se não fosse para contar com o concurso responsável dos médiuns. O Mundo Espiritual teria preferido continuar se manifestando através das “mesas girantes”... Á semelhança do leito de um rio, todo médium, direta ou indiretamente, influencia na “corrente de pensamentos” que da mente do espírito, flui para sua mente.
4) Dentro deste contexto, toda influência é nociva?
- De modo algum, toda influência do médium quando positiva, é mesmo desejável. Neste sentido é que, na condição de desencarnados, temos insistido com os medianeiros para que se nos façam melhores instrumentos. Passividade mediúnica deve ser entendida como flexibilidade e não como absoluta isenção da parte do médium, no esforço que necessita ser compartilhado com os espíritos que procuram contactá-lo.
5) A não-participaçã o do médium não seria maior garantia de autenticidade do fenômeno?
- O fenômeno mediúnico será mais autêntico quanto maior o grau de desinteresse pessoal de seus agentes, ou seja: do médium e do espírito que por ele se manifesta. Não nos esqueçamos de que. Não raro, é do inconsciente que emergem as nossas tendências infelizes, oriundas da invigilância do pretérito.
6) O que entender por mistificação?
- Não se confunda animismo com mistificação. Separar o espírito do médium da mediunidade, na produção do fenômeno, é uma tarefa, por assim dizer, impossível; mais fácil seria separar-se o espírito comunicante. .. O animismo é pertinente tanto ao médium quanto ao espírito, que igualmente retira de si o que deseja transmitir. A mistificação é o logro, o embuste, a falta de sinceridade de propósitos...

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